‘Multiplicando Tom Zé’ revisita a inesgotável criatividade do tropicalista de Irará (BA)
Tom Zé tem 87 anos e uma energia criativa que não se esgota. O baiano tropicalista de Irará, que participou de grandes festivais de música nos anos 1960, mas depois passou por uma injusta fase de ostracismo, continua ativo e tem muito a oferecer: canções ousadas (nas letras e musicalmente), performances de palco intensas, temas atuais e, em sua banda, músicos de alto nível.
Para celebrar este artista cheio de identidade e raridades musicais, a cantora Talita Rustichelli e o Trio Correndo Atrás, do interior de SP, apresentam o projeto “Multiplicando Tom Zé”.
O show traz composições de diversos álbuns do músico, tanto as que batem forte no peito, quanto as que trabalham firme a mente. Entre elas, estão “Augusta, Angélica e Consolação”, “Parque Industrial”, “O riso e a faca”, “Menina, amanhã de manhã”, “Lá vem a onda”, “Tô” e “São, São Paulo”.
A ideia oferecer ao público a possibilidade de ouvir novos arranjos ou ser despertado a conhecer ainda mais profundamente a obra do compositor. Entre uma música e outra, ainda, a cantora conta para a plateia alguns fatos da carreira de Tom.
O projeto surgiu em 2019, mas foi para os palcos pela primeira vez em 2020, com a cantora Talita e a pianista Ariane Bego, realizado por meio de edital do Concurso de Apoio a Projetos de Difusão e Circulação de Espetáculos Musicais no Município de Araçatuba. A estreia ocorreu em fevereiro em formato presencial, e em dezembro ganhou uma apresentação em formato online, com transmissão ao vivo pelo YouTube.
SOBRE TOM ZÉ
Tom Zé estudou música na Universidade Federal da Bahia, em Salvador, tendo como professores Walter Smetak (compositor experimental) e Hans Joachin Koellreutter (o introdutor do dodecafonismo no Brasil). Já em São Paulo, participou do movimento Tropicalista, compondo músicas recheadas de crítica e ironia, como “2001”, parceria com Rita Lee, e “São São Paulo”, vencedora do IV Festival de MPB da TV Record, em 1968.
Na década de 1970, o público e a crítica pareciam não estar preparados para seus trabalhos muito inovadores e criativos, levando-o a uma fase de ostracismo, que durou até o final dos anos 1980, quando David Byrne, do grupo Talking Heads, o descobriu e o lançou nos Estados Unidos e na Europa.
Desde então, Tom Zé voltou a ser prestigiado, tanto dentro quanto fora do Brasil, e se mantém produtivo. Seu disco mais recente é “Língua Brasileira", lançado em julho de 2022.
SOBRE AS ARTISTAS
Talita Rustichelli tem uma relação muito específica com a obra de Tom Zé e tem os músicos tropicalistas entre suas principais referências musicais. É ela quem assina a pesquisa de repertório e concepção do show. A cantora atua na música araçatubense há mais de 15 anos, com música ao vivo em casas da região noroeste e projetos especiais. Em 2014, lançou seu primeiro CD, com composições próprias e de autores araçatubenses, chamado “Tudo é Bom”. Integrou a programação da Virada Cultural Paulista, no Palco Principal de Araçatuba em 2014, além de ter se apresentado em algumas cidades por meio de instituições como o Sesc, Sesi e Oficinas Culturais do Estado de SP.
Ariane Bego é musicista e professora de piano e de canto. Formada em Piano Popular pelo Conservatório Dramático e Musical “Dr. Carlos de Campos” de Tatuí. Realizou trabalhos como pianista acompanhante de corais nas cidades de Araçatuba, Birigui e Londrina, e como pianista do Festival de Teatro de Curitiba. É educadora musical em polos do Projeto Guri da região de Araçatuba. Integra o Trio Correndo Atrás.
As duas se apresentam juntas desde 2010. Começaram tocando em bares, restaurantes, cerimônias e eventos em geral (trabalho que ainda realizam), como a maioria dos músicos, e em 2011 fizeram o primeiro show: “Samba em Boca de Mulher”. O projeto homenageou cantoras de samba e circulou por cidades como Araçatuba, Birigui, Guararapes, Nova Luzitânia e Lourdes, por meio de instituições como Sesc Birigui, Sesi Birigui e Oficinas Culturais do Estado de São Paulo.
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